Doutor António Araújo, autor do livro "Sons de Sinos"

O Doutor António Araújo, autor do livro "Sons de Sinos"  (ver notícia neste blog publicada em 2 de Julho de 2010) concedeu uma entrevista ao jornalista do Expresso José Pedro Castanheira a qual aparece publicaca na Separata "Actual" deste  jornal  de 27 deste mês.

Convido todos os curiosos e interessados a ler esta entrevista nas páginas 34, 35 e 36 da referida separata.

Em Memória de Manuel Sirgado Azevedo Mendes

Testemunho da Tia Eduarda lido na Missa de Corpo Presente

Capela dos Soudos em 5 de Setembro de 2012:

Meu Deus,

Encerrou-se um ciclo nos Soudos, o mano Manuel deixou-nos.

Penso que, para todos nós Manel e Soudos eram sinónimos.

Ao pensarmos nos Soudos lembramos o Pai Mendes, a Mãe Vitória, a mana Inês mas, após a morte dos Pais, o Senhor dos Soudos era o mano Manuel.

Todos recordamos alguns relhetes que dele apanhámos: ou porque tínhamos deixado as luzes acesas, ou porque tínhamos acendido a lareira cedo demais ou por qualquer outro motivo. Porém recordamos ainda com mais saudade toda a sua alegria quando via qualquer um de nós aparecer aqui nos Soudos e tudo o que fazia para que aqui nos sentíssemos bem. Ao fim do dia, quando aqui ainda havia boas padarias, lá vinha ele saber que pão queríamos para o dia seguinte e, à hora do pequeno almoço, lá vinha ele com o pão fresco. À hora do almoço e do jantar trazia o vinho, as azeitonas, os figuinhos e as nozes e tantos outros mimos. Obrigado Manel por todo o teu carinho, que o Senhor te pague com a alegria da Sua presença.

O Manuel era um exemplo que nenhum de nós irá esquecer enquanto vivermos. Homem forte e corajoso que não se deixava vencer e arranjava sempre maneira de fazer o que achava necessário com dores, com uma perna mais curta, fosse de que maneira fosse.

Por isso mesmo a situação em que agora se encontrava era, de certeza, para ele fonte de grande sofrimento moral e psicológico.

Mas o Manuel era um Homem com agá grande, um homem de fé e por isso nenhum de nós o ouviu queixar-se do estado em que se encontrava nem dizer que não merecia tanto sofrimento. Por isso foi para todos nós um exemplo: manos velhos, octogenários, mas principalmente para mais de uma centena dos nossos descendentes.

Que os nossos filhos, netos e bisnetos sigam o exemplo deste Tio e de todos os seus antepassados.

Marta e Tó continuem a ser fortes, corajosos e bondosos como o foram ao longo destes anos de sofrimento. Zé Pedro, Francisco, João, Leonor e o Bébé que está para nascer, coragem e sigam sempre o exemplo dele que nunca se deixava vencer.