quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Actividades associativas

No passado dia 19, Sábado de Carnaval, desenvolvemos mais uma jornada de trabalho
na nossa Casa Mãe dos Soudos em que tivémos a preciosa colaboração dos associados da Família Horak.
O primeiro andar da Casa Mãe foi desocupado de colchões , roupas, livros , papéis e bibelots de modo a poder receber uma rega de cuprinol nos soalhos, portas e móveis de madeira (trabalho executado ao fim da tarde pelo mestre António Barata e pelo Tó).
Durante os trabalhos de desocupação o mestre António Barata aproveitou para aplicar silicone novo nas juntas das janelas .
Enquanto decorriam estes trabalhos, outra equipa encarregou-se do corte das cepas de videira para ficarem utilizáveis nas lareiras.

Almoço da equipa trabalhadora 19 - 02- 2012



Mestre António Barata no trabalho de aplicação de silicone nas janelas 19 - 2 - 2012








Corte de cepas com moto serra e serra de mesa 19 -02 - 2012







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Peregrinação Soudos - Fátima 28 de Abril

A pedido das organizadoras , associadas Zecas Eiró, Zézinha Azevedo Mendes e Graça Horak publicamos a seguir convite e programa:

No dia 28 de Abril vimos lançar-vos um novo desafio : Repetirmos a nossa caminhada “Soudos a Fátima” entre família e amigos que nos queiram acompanhar.

Para concretizarmos este de desafio propomos:

- sairmos dos Soudos no dia 28 de abril, de madrugada,(por volta das 06:00), com a ajuda da nossa amiga Isabel, tão conhecedora de todos os pormenores do caminho que pretendemos repetir;

- todos os que poderem sairão a pé e os outros em carro ou outras alternativas …

- cada família organiza-se, para um apoio e almoço partilhado, esse já em Fátima.

- o regresso aos Soudos será depois deste almoço e assegurado, como tem sido hábito,pelo apoio de alguns dos condutores que tenham acompanhado o grupo os quais permitirão ir buscar alguns dos carros que ficaram na Casa Mãe.

- a casa dos Soudos estará disponível para os que necessitarem deste apoio, nos dias 27 e 28 /04.

Para evitar “ atropelos”, peço que nos informem com alguma antecedência, através dos seguintes contactos:

Zézinha- email:mjazevedomendes@gmail.com
telemóvel – 918830033

Graça- email: gamhorak1@sapo.pt
telemóvel-914961119

zecas- email: m.j.eiro@netcabo.pt
telemóvel- 969529297

Contamos com todos e não vale prevalecer a preguiça!


De um livro com o título: “Onde há crise, há esperança”, de Vasco Pinto de Magalhães selecionamos um texto que queremos partilhar.

« Aprender a dar tempo ao tempo é sabedoria do peregrino.

Ir passo a passo, pacientemente, com a certeza de que hei- de chegar, sem entrar em ansiedade. Esta atitude do peregrino é exatamente o contrário daquela doença do nosso tempo:
…. o stress.

“ Nunca mais chego “, “ nunca mais acontece”,“ não sei se sou capaz “, “ começo a duvidar “,
….. assim é impossível chegar à meta.
O peregrino , esse , confia no tempo e tem aquela tranquilidade persistente que acaba por vencer.»

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Para a Avó Bugia (na altura do faleciemto do Avô Carlos







Carta da Caroline Victória para sua Avó Bugia na altura do falecimento do Avô Carlos.





Lida pela própria na missa de corpo presente celebrada na Igreja do Foco no Porto em 9 de Fevereiro de 2012

Eng. Carlos Manuel Braga de Beires

No dia 9 de Fevereiro foi o funeral do nosso sócio fundador nº9
Eng. Carlos Manuel Braga de Beires.
Na missa de corpo presente, celebrada na Igreja do Foco no Porto,
com a presença de muitos familiares e amigos foram lidas duas cartas:
Uma da neta Caroline Vitória para a sua Avó Bugia (esposa do falecido)
e lida por ela própria (fac simile do texto manuscrito em duas páginas);
Outra da neta Inês Morujão Beires para o seu Avô Carlos. A Inês impossibilitada
de estar presente, por se encontrar na Suissa a fazer o seu ano lectivo de Eramus,
mandou a carta que se transcreve a seguir, e que foi lida por sua Mãe.

"
Para o meu Avô

Em pequenina ensinaram-me que todas as histórias começam por "Era uma vez". As histórias do meu avô não, que as que são verdadeiras não começam assim, nem se fazem de clichés. Lembro-me de achar que todos os avôs usavam boina e mãos atrás das costas quando andavam. Um palmo e meio mais tarde, e centenas de marchas de Berlim depois, eu aprenderia que era preciso muito mais que uma boina para fazer um avô, e infinitas boinas para fazer o meu.
Da sua pequena "Padre António Vieira" - como me baptizou logo nas minhas primeiras (demasiadas) palavras - o avô viu-me crescer em muitas frases e poucas equações matemáticas. Das coisas que me contava - à distância de dias ou de 100 anos, de tão presente me parecia na história do mundo - eu admirava as circunferências perfeitas do avô Rodrigo, as travessias do tio José, e aprendia as histórias de quem ainda não conhecia e viria a estudar nos livros da escola. E as datas eram sempre exactas, como as notas da pauta, que a memória precisa do avô não lhe falhava e faria as delícias dos meus professores.
Depois vieram as incógnitas e as equações, físicas e químicas da vida, das quais eu lhe falava, como quem fazia queixa, e às quais o avô fazia aquele sorriso divertido, de quem compreende essas realidades científicas. Não interessava o quanto eu crescia, as minhas dúvidas académicas - e não só - sempre tiveram resposta, na rara sabedoria de quem, nos disparates dos netos, encontra sempre bons pretextos para histórias interessantes. No entanto, se cresci entre as viagens e peripécias da família Beires, a verdade é que raramente ouvi as histórias na primeira pessoa, e nunca o avô se gabava de ser um extraordinário pianista, ou até de ter tocado com a Guilhermina Suggia. No avô, era isso que mais me impressionava - a inteligência e a humildade de que se fazem os grandes Homens.
O meu avô era isso mesmo: um grande homem. E mesmo quando a altura dos meus tacões me aproximava da sua inseparável boina ou da sua forma característica de sorrir com inteligência e meiguice (ou com a doçura do chocolate de que ambos tanto gostávamos) a altura do avô era a das grandes árvores - raízes bem assentes na terra, ramos certeiros ao céu, das que dão flores, frutos e folha persistente. Porque, como em todos os grandes contadores de histórias, a persistência do avô era a das coisas e palavras que não morrem.
Como as histórias que contava, também a História do avô não começa por "Era uma vez", e muito menos leva o "Fim" em nota de rodapé; porque a verdade é que o tempo e a permanência são, como tudo, uma questão de perspectiva, ou música: os silêncios são apenas pausas, e os vazios não são mais do que presenças transparentes.
Ontem, como hoje, e como todos os dias, levo e sou um bocadinho dessas viagens que contava, do clã e da família de que me ensinou a fazer parte, um trecho dos addagios e allegros que ouvi no seu piano. Sou hoje, como sempre, na Suiça ou em qualquer parte do mundo, um pedacinho do meu Avô, na certeza de que a presença é mais que a física das partículas, e que a ausência é a das pautas da marcha de Berlim: uma pausa.
Até já, Avô.

Inês "