sábado, 27 de junho de 2015

Caminhos para o Cemitério

Durante muitos anos, ainda no Século XIX e até cerca de 1920 o acesso ao cemitério da aldeia dos Soudos era feito por um caminho rural que se iniciava no sítio onde existe hoje a escola.
Este caminho ficava frequentemente impraticável e cheio de lama pelo que era hábito no tempo de Manoel Marcos Mendes e depois no tempo de Cândido Azevedo Mendes, a população local solicitar a passagem dos funerais por dentro da actual Quinta da Cerca com ligação mais fácil e directa ao cemitério.  Com o passar dos anos esta concessão da família Mendes começou a ser sentida pelo povo da terra quase como um direito adquirido.
As coisas mudam de figura com o casamento do meu Avô Cândido. Victória (com o seu feitio aristrocático embora não deixasse se ser uma plebeia)   não convivia bem com aquela concessão que já vinha do tempo do seu sogro ; sentia-se incomodada com aquelas invasões do pateo privado de sua casa e do caminho que se lhe seguia e onde ela começava a sonhar e projectar o seu jardim.  Assim, o meu Avô Cândido lá arranjou uma solução alternativa para contentar a sua esposa: consentiu a abertura do novo e actual acesso por dentro de sua propriedade mas contornando a casa de habitação e construiu um muro alto ao longo do mesmo. A construção deste muro está na origem do aparecimento, bastantes anos mais tarde, de denominação “Quinta da Cerca”.

Este acesso foi empredado já depois da morte de Cândido  Azevedo Mendes nos anos 70 ou 80 e ganhou o nome de “Rua Da Verdade” na toponímia das ruas da aldeia.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Guia para Espanha 1917

No cofre da nossa Casa Mãe dos Soudos estava guardado um vetusto documento que o Tó Azevedo Mendes divulgou no dia 1 de Junho no facebook:
Trata-se duma “Guia para Espanha” passada em 21 de Agosto de 1917 em Vila Nova de Cerveira autorizando Cândido Azevedo Mendes, solteiro e de 30 anos de idade a deslocar-se ao país vizinho para “tratar dos seus negócios”. Na falta duma foto apropriada, os funcionários alfandegários terão aceite como boa a curiosa foto de Cândido Azevedo Mendes, não de rosto, não de meio corpo nem de corpo inteiro, mas montado no seu cavalo!
Dois meses e meio antes, a 9 de Junho, tinha falecido seu pai, Manoel Marcos Mendes, pelo que tudo indica que a viagem tenha sido mesmo de negócio e não de diversão.
Agora quais os negócios que Cândido Azevedo Mendes levaria em carteira para tratar? Só podemos fazer conjecturas:  será que foi à procura de clientes para aguardente de figo, vinho abafado, vinho corrente, figo escolhido, azeite? Será que foi cobrar alguma dívida de produtos já exportados? Ou será que foi simplesmente visitar os seus irmãos padres jesuítas?

-O mais velho, o Padre Cândido, tinha sido expulso de Portugal em 1910 e encontrava-se na altura como superior duma Casa dos Jesuítas (casa dos escritores) em Pontevedra e o mais novo, o Padre João, já estaria no colégio de La Guardia, do outro lado do Rio Minho, em frente de Caminha .  

segunda-feira, 1 de junho de 2015

foto da Ceia do Senhor

Publico agora a foto da escultura em madeira da Ceia do Senhor encomendada em 1941 por Cândido Azevedo Mendes, no Porto, para ser colocada na sua sala de jantar.