Durante muitos anos, ainda no
Século XIX e até cerca de 1920 o acesso ao cemitério da aldeia dos Soudos era
feito por um caminho rural que se iniciava no sítio onde existe hoje a escola.
Este caminho ficava frequentemente
impraticável e cheio de lama pelo que era hábito no tempo de Manoel Marcos
Mendes e depois no tempo de Cândido Azevedo Mendes, a população local solicitar
a passagem dos funerais por dentro da actual Quinta da Cerca com ligação mais
fácil e directa ao cemitério. Com o
passar dos anos esta concessão da família Mendes começou a ser sentida pelo
povo da terra quase como um direito adquirido.
As coisas mudam de figura com o
casamento do meu Avô Cândido. Victória (com o seu feitio aristrocático embora
não deixasse se ser uma plebeia) não convivia bem com aquela concessão que já
vinha do tempo do seu sogro ; sentia-se incomodada com aquelas invasões do
pateo privado de sua casa e do caminho que se lhe seguia e onde ela começava a
sonhar e projectar o seu jardim. Assim,
o meu Avô Cândido lá arranjou uma solução alternativa para contentar a sua
esposa: consentiu a abertura do novo e actual acesso por dentro de sua
propriedade mas contornando a casa de habitação e construiu um muro alto ao
longo do mesmo. A construção deste muro está na origem do aparecimento,
bastantes anos mais tarde, de denominação “Quinta da Cerca”.
Este acesso foi empredado já
depois da morte de Cândido Azevedo
Mendes nos anos 70 ou 80 e ganhou o nome de “Rua Da Verdade” na toponímia das
ruas da aldeia.