"Caldas
da Saúde, 12 de Agosto.
Soubemos
aqui a notícia da morte dada por telefone, por volta das 11 3/4 do sábado, dia
10 de Agosto.
Partiram
logo para Barcelos o P. Ministro José Leite e seu primo P. João Rodrigues
Mendes que aqui está
a passar
as férias. No dia seguinte de manhã fomos mais quatro desta casa e assim
pudemos rezar-lhe o
ofício de
defuntos às 9 horas da manhã de domingo. Éramos seis dos NN. e vieram-se-nos
associar outros
seis
sacerdotes: um Capuchinho, que têm casa em Barcelos, o capelão da Casa de
Saúde, o Sr. Cónego Gaiolas
pároco da cidade e mais dois Padres
seculares. A seguir ao ofício houve a missa conventual, que por ser
domingo
estava marcada para as 10 horas. Depois dele, foi a missa de corpo presente,
seguindo-se logo o enterro.
No fim do
ofício chegaram também e assistiram á missa e ao enterro mais três dos NN. de
Guimarães: o P. Reitor,
O P.
Mestre e o P. Pena, aos quais se juntou em Braga o P. Campos que lá está a
passar as férias.
À missa e
enterro assistiram portanto dez dos Nossos.
A morte
foi imprevista e quase instantânea. Na manhã do sábado o Padre celebrara missa,
como de costume,
E passou
a manhã normalmente. Às 11 horas quis tomar banho e, como era sábado,
aproveitar a ocasião para
Mudar de
roupa. Foi para a casa de banho e pediu a um dos Irmãos que lhe levasse a roupa
lavada. O Irmão
Foi-lha
buscar e pouco minutos depois ao chegar à casa de banho encontrou-o caído e sem
sentidos sem ter
ainda
tomado banho. O médico encontrava-se em casa. Acudiu imediatamente; mas,
infelizmente, nada aproveitaram
as suas
diligências. Parece que foi uma hemorragia cerebral proveniente da arteriosclerose.
De facto
a tensão arterial estava um pouco levantada ultimamente.
Apenas
recebi a notícia, no sábado, enviei logo um telegrama para seu irmão Carlos e
outro para seu irmão
Augusto
pedindo transmitissem a notícia à restante família. Dirigi os telegramas para
Torres Novas, imaginando
que eles
ou estriam lá, ou teriam deixado indicação do endereço para onde deveria ser
mandada a correspondência.
Os
telegramas ficaram depositados e assim a notícia só bastante mais tarde chegou
ao conhecimento deles.
Por uma
coincidência providencial, seu irmão Augusto pôde assistir à missa de corpo
presente e ao enterro
Poucos
dias antes tinha-lhe escrito o P. João a convidá-lo a fazer-lhe uma visita; e o
Dr. Augusto, que estava
na
Figueira, escolheu precisamente o domingo, dia 11, para vir passar com ele.
Partiu sábado à noite e chegou a
Barcelos
no domingo de manhã, sem nada saber.
O
conhecimento da notícia foi evidentemente doloroso, mas por outro lado foi
também consolador ter podido
assistir
à missa e ao enterro. Passadas as primeiras impressões dolorosas, seu irmão
Augusto ficou mais resignado
e até de
algum modo contente por todas estas disposições providenciais.
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