domingo, 31 de janeiro de 2016

tractor LB-19-63 e tractorista

- Manuel Martins Balsa ao volante do tractor (de fato e gravata!) enquanto um trabalhador ageita a carga no reboque.
Ao fundo vê-se a "Garagem Velha" onde entrava à justa o reboque de marcha atrás.
Ano de 1954

sábado, 30 de janeiro de 2016

Soudos, Casa Agrícola Azevedo Mendes - Tractor David Brown 1954

Publicarei a partir de hoje uma série de fotos tiradas nos Soudos pelo meu tio Eng. Carlos Braga de Beires.
Foto digitalizada a partir de negativo pelo seu filho Rui Beires

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Manuel Sirgado Azevedo Mendes no seu cavalo

Volto a publicar neste blog a emblemática fotografia tirada por José Cândido Azevedo Mendes a seu irmão Manuel.
O cavalo é o referido na história anterior

O cavalo de Manuel Sirgado Azevedo Mendes


Não tivemos o cuidado de guardar o nome da bela montada que o tio Zé Bicho tão bem retratou com o seu garboso cavaleiro.
Sabemos que era um poldro oriundo da Quinta da Cardiga onde terá sido adquirido na década de 30 ou inícios da década de 40 do século passado. Supomos que terá sido o Avô Cândido Azevedo Mendes a fazer o negócio da aquisição com o Senhor Rui Andrade (pai do sogro do Tó Azevedo Mendes). Nessa altura o Avô Cândido tomava conta duma propriedade que  talvez fosse de algum dos seus irmãos – as Sesmarias  - propriedade que confrontava com terras da Quinta da Cardiga. Havia relações comerciais do nosso Avô Cândido com esta quinta e a aquisição do poldro terá decorrido normalmente dessas relações comerciais regulares.
Manuel Sirgado Azevedo Mendes trabalhou o poldro com paciência e persistência e transformou-o num belo cavalo de montar, com o qual dava nas vistas por todo o sítio onde passava.
Na década de 50, Manuel Sirgado Azevedo Mendes que tinha uma relação difícil com o seu pai Cândido, resolveu ir para Moçambique trabalhar no algodão com um filho do Dr. Rafael Duque. O cavalo ficou sem ser montado nas cavalariças e era só mais uma despesa para Cândido Azevedo Mendes que um dia, e sem pedir opinião ao filho emigrado, resolveu vendê-lo. Imaginamos que o seu filho Manuel terá ficado triste com a decisão de seu Pai, mas estava longe e nada podia fazer.
Não sabemos quem terá adquirido a bela montada. Sabemos, isso sim, é que em Fevereiro de 1957 o cavalo pertencia (ou estava ao serviço) na Quinta dos Nova Goa onde a Rainha Isabel II pernoitou durante a sua visita oficial a Portugal realizada nessa altura.
Alguém contou ao Tó (filho de Manuel Sirgado Azevedo Mendes) que o cavalo foi montado, e com muito agrado, por Sua Alteza Real num passeio ou caçada organizada pela família anfitriã da Rainha.

O cavalo foi-se, mas bastantes anos mais tarde uma neta do Senhor Rui de Andrade – a Vera Vilhena de Andrade – casaria com um neto de Cândido Azevedo Mendes e filho de Manuel Sirgado Azevedo Mendes – o Tó Azevedo Mendes 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

carta de 12 de Agosto de 1940

O Reverendo Padre Paulo Durão escreve das Caldas da Saúde para o Brazil para o Reverendo Padre Cândido Azevedo Mendes a dar-lhe a notícia do falecimento de seu irmão, o Reverendo Padre João Azevedo Mendes:


        "Caldas da Saúde, 12 de Agosto.
        Soubemos aqui a notícia da morte dada por telefone, por volta das 11 3/4 do sábado, dia 10 de Agosto.
        Partiram logo para Barcelos o P. Ministro José Leite e seu primo P. João Rodrigues Mendes que aqui está
        a passar as férias. No dia seguinte de manhã fomos mais quatro desta casa e assim pudemos rezar-lhe o
        ofício de defuntos às 9 horas da manhã de domingo. Éramos seis dos NN. e vieram-se-nos associar outros
        seis sacerdotes: um Capuchinho, que têm casa em Barcelos, o capelão da Casa de Saúde, o Sr. Cónego Gaiolas
        pároco da cidade e mais dois Padres seculares. A seguir ao ofício houve a missa conventual, que por ser
        domingo estava marcada para as 10 horas. Depois dele, foi a missa de corpo presente, seguindo-se logo o enterro.
        No fim do ofício chegaram também e assistiram á missa e ao enterro mais três dos NN. de Guimarães: o P. Reitor,
        O P. Mestre e o P. Pena, aos quais se juntou em Braga o P. Campos que lá está a passar as férias.
        À missa e enterro assistiram portanto dez dos Nossos.

        A morte foi imprevista e quase instantânea. Na manhã do sábado o Padre celebrara missa, como de costume,
        E passou a manhã normalmente. Às 11 horas quis tomar banho e, como era sábado, aproveitar a ocasião para
        Mudar de roupa. Foi para a casa de banho e pediu a um dos Irmãos que lhe levasse a roupa lavada. O Irmão
        Foi-lha buscar e pouco minutos depois ao chegar à casa de banho encontrou-o caído e sem sentidos sem ter
        ainda tomado banho. O médico encontrava-se em casa. Acudiu imediatamente; mas, infelizmente, nada aproveitaram
        as suas diligências. Parece que foi uma hemorragia cerebral proveniente da arteriosclerose.
        De facto a tensão arterial estava um pouco levantada ultimamente.

        Apenas recebi a notícia, no sábado, enviei logo um telegrama para seu irmão Carlos e outro para seu irmão
        Augusto pedindo transmitissem a notícia à restante família. Dirigi os telegramas para Torres Novas, imaginando
        que eles ou estriam lá, ou teriam deixado indicação do endereço para onde deveria ser mandada a correspondência.
        Os telegramas ficaram depositados e assim a notícia só bastante mais tarde chegou ao conhecimento deles.
        Por uma coincidência providencial, seu irmão Augusto pôde assistir à missa de corpo presente e ao enterro
        Poucos dias antes tinha-lhe escrito o P. João a convidá-lo a fazer-lhe uma visita; e o Dr. Augusto, que estava
        na Figueira, escolheu precisamente o domingo, dia 11, para vir passar com ele. Partiu sábado à noite e chegou a
        Barcelos no domingo de manhã, sem nada saber.
        O conhecimento da notícia foi evidentemente doloroso, mas por outro lado foi também consolador ter podido
        assistir à missa e ao enterro. Passadas as primeiras impressões dolorosas, seu irmão Augusto ficou mais resignado
        e até de algum modo contente por todas estas disposições providenciais.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Outra história de vida sobre Cândido Azevedo Mendes (o agricultor)

Para começar o ano aqui vai mais uma pequena história intitulada  " A Ceia de Natal"

Havia um ritual que o Patrão Cândido não dispensava todos os anos – era uma ceia natalícia que fazia questão em oferecer e nela participar com todos os seus empregados.
Aconteceu um ano que um dos seus jornaleiros se terá esquecido do convite e ceou em sua casa como de costume e logo se terá metido na cama.
Patrão Cândido deu pela falta do homem e logo o mandou chamar. Quem foi, voltou com a resposta de que já tinha ceado e já se tinha metido na cama. Não conformado com a resposta vai Patrão Cândido, ele próprio, bater à porta do jornaleiro que deste feita não teve coragem de recusar o convite. E lá veio depois de se vestir à pressa. Chegado ao local da ceia o homem não se fez rogado e serviu-se com largeza do que havia e parece que terá comido com apetite. Então os colegas comentaram: “ eras tu que já tinhas ceado!” (se calhar teria, mas com certeza que fora curta e frugal ceia e que não o impedia de voltar a cear com apetite em mesa mais bem servida).
Ficamos sem saber se o esquecimento tinha sido genuíno ou fora alguma desculpa para evitar confraternizar com Patrão Cândido por causa de algum desentendimento que tenha havido entre os dois. Se era esta a segunda razão Patrão Cândido terá querido ( e se calhar conseguido ) que esta ceia servisse para sanar o eventual desentendimento.